Embalado ao som desta guitarra.
Que canta este fado
que me contamina,
Eu, filho primogénito da saudade que escondo.
Um dia a mais
longe de uma gente
Dona de um rectângulo virado para o mundo.
Devotos das
glórias do seu passado
Se eles soubessem que o caminho segue em frente…
Outro
dia condenado à saudade
Lusitana doença que me ilumina o ser.
Em Abril deu-se
luz a Liberdade
Que os novos têm a insolência de esquecer.
Há um perfume a
saudade que escondo,
Este ritmo doloroso que embala o meu fado.
Quisera eu ser
bem mais que esta saudade
Do que já veio e que devia ficar noutro lado.
Os
egrégios que nos embalam o terço
Nestes novos tempos de ditadura,
Vida bem dura
cuja lei é o montante
O preço de cada instante.
Pode parecer mais fácil noutro
lugar
Mas a soma não paga a falta de sanidade
Neste país onde o cifrão está no
poder
Sigo esquivando produtos internamente brutos.
Se pudesse ter e deixar de
ser,
Mais um cancioneiro da saudade
Preferia que o D.Dinis me desse a lusitana
Vontade de ser maior do que poderia ver.