25/08/13

Campos de batalha

A dor está nesses olhos que me vêem,
Mártires de uma guerra invisível,.
Uma guerra sangrenta,  e interminável
Mas que te fez crescer com orgulho da tua raça

Com esse coração crivado de balas,
Vermelho sangue no teu olhar,
Vejo-te novamente pegar nas armas,
Repleto de coragem como no primeiro dia

Seremos para sempre companheiros de armada,
Pouco importa morrer se for por nós próprios,
Pouco importa sofrer ao fechar os olhos.

Resta-nos este eterno combate para nos sentirmos poderosos.

15/08/13

One day.

Um dia não serei o que todos esperam. Deixarei emergir toda a luz que assombra o meu olhar, serei aquilo que o meu receio bloqueia, mostrarei a verdadeira face que está por detrás destas linhas. Pensando bem, já passou tanto tempo, já deambulei por entre várias fases, mais ou menos conturbadas.  Períodos onde deixava de escrever, onde deixava de lado esta paixão que me leva todos os dias ao pensamento inoportuno,  à perda de ideias pela simples falta de vontade.  É duro, é difícil,  mas a dificuldade foi sempre aquilo que mais me aliciou. Dizem, bem acertadamente,  que o fruto proibido é o mais apetecido. E é este fruto proibido que me faz escrever, que me faz conjugar palavras cujos sigmificados não fazem sentido, mas cuja união lhes dá a força de subsistirem. Podera ser sofrido, mas não será isso que me fará desistir.

03/08/13

O meu Portugal.

Que este momento dure para sempre, que as lágrimas que derramo a cada adeus sejam fruto do meu sucesso, e não do meu regresso sem partida. Que este meu eldorado permaneça intocável, onde mesmo sendo vista como estrangeira, saberei que aqui estou realmente em casa, aqui está a parte mais bonita da minha existência, ao mesmo tempo a dor colossal e mais verdadeira. Emigrantes seremos muitos, mas digam-me quantos realmente aprenderam a amar um país, uma cultura, uma língua tão resplandecente como a nossa? Digam-me quantos escolheram a nossa língua como meio de especialização, tornando-se num quimérico embaixador de um idioma. Não me julguem como sendo vítima de um egocentrismo nacionalista assaz exacerbado, mas como uma mera defensora daquilo que lhe pertence, nunca por obrigação, mas por um concreto direito obviamente irrefutável. Nasci pequena, com uma pronúncia característica da região que me fez gente, com o dialecto da vila que me fez mulher. Sinto falta daquele cantinho ermo onde a mesquinhez era constante, mas sei que aquele território sempre será meu, e lá sim é o meu Portugal.