À velocidade da luz passou-se o primeiro ano de ausência. Um ano marcado por muita coisa nova, muita coisa diferente. Toda a minha raiz ficou na minha pátria, mas não me arrependi de partir.
Ainda recordo as lágrimas daquele dia, 15 de setembro de 2012, quando após abraçar a minha mãe e a minha melhor amiga pela última vez, entrei naquele carro vermelho que me conduziu ao aeroporto, e à viagem que certamente mudou a minha vida. Recordo as lágrimas que derramei quando senti o avião descolar da terra, enquanto a minha mente dizia "um dia voltarei para ser feliz".
Lembro-me da emoção dos primeiros dias, da pressão de falar uma língua que não era a minha, de estar num lugar que ainda não julgava meu.
Vou sempre lembrar-me do meu primeiro dia de universidade, da primeira aula, do primeiro contacto com os colegas que se tornaram na minha segunda família. Não fui, nem sou um exemplo de aluna, mas consegui. Facto que me enche do mais puro orgulho.
Neste ano conheci a experiência de adquirir conhecimento em estado puro, conhecimento das áreas que mais me fascinam, que me fizeram perceber que não poderia ter escolhido melhor. Mesmo tendo mudado a opção inicial, é ao bater com a cabeça que se aprende.
Conheci a experiência da entrada no mercado de trabalho.
Conheci pessoas que vão fazer parte da minha existência até ao seu fim, outras em que a passagem foi tão instantânea que não retive qualquer dado.
Neste ano, aprendi muita coisa, conheci-me da melhor maneira possivel, lutei para atingir os objectivos que me tinha proposto, não fracassei.
Sinto todos os dias falta de todos aqueles que deixei, tenho saudades das gargalhadas, dos momentos em que os nadas eram tudo. Dava tudo para vos ter aqui comigo, não um dia, mas todos os dias. Mas não se esqueçam que partir foi uma opção, não uma obrigação. Sinto a vossa falta, mas aqui sei que sou feliz, mesmo com todos os problemas.
Um ano depois, a portuguesa mau-feitio, virou estrangeira aos olhos da sua pátria, mas não perdeu a vontade de ser feliz.
"A principal dúvida de toda a minha existência será entre deixar tudo na minha mente ou passá-lo para o papel" - DH
18/09/13
1 Ano Depois.
25/08/13
Campos de batalha
A dor está nesses olhos que me vêem,
Mártires de uma guerra invisível,.
Uma guerra sangrenta, e interminável
Mas que te fez crescer com orgulho da tua raça
Com esse coração crivado de balas,
Vermelho sangue no teu olhar,
Vejo-te novamente pegar nas armas,
Repleto de coragem como no primeiro dia
Seremos para sempre companheiros de armada,
Pouco importa morrer se for por nós próprios,
Pouco importa sofrer ao fechar os olhos.
Resta-nos este eterno combate para nos sentirmos poderosos.
15/08/13
One day.
Um dia não serei o que todos esperam. Deixarei emergir toda a luz que assombra o meu olhar, serei aquilo que o meu receio bloqueia, mostrarei a verdadeira face que está por detrás destas linhas. Pensando bem, já passou tanto tempo, já deambulei por entre várias fases, mais ou menos conturbadas. Períodos onde deixava de escrever, onde deixava de lado esta paixão que me leva todos os dias ao pensamento inoportuno, à perda de ideias pela simples falta de vontade. É duro, é difícil, mas a dificuldade foi sempre aquilo que mais me aliciou. Dizem, bem acertadamente, que o fruto proibido é o mais apetecido. E é este fruto proibido que me faz escrever, que me faz conjugar palavras cujos sigmificados não fazem sentido, mas cuja união lhes dá a força de subsistirem. Podera ser sofrido, mas não será isso que me fará desistir.
03/08/13
O meu Portugal.
18/07/13
30/06/13
27/06/13
Orages
O lado que sente vibra, vive.
Ao contrário do lado absurdamente estático
Reflexo da imagem do que fomos,
Pois um reflexo espelha o anterior,
Os instantes momentâneos do passado.
Não o sonho motor,
Nem as lágrimas escondidas do pecado.
10/06/13
http://www.youtube.com/watch?v=ZDFMGq21h4g
05/06/13
03/06/13
29/05/13
Resisti a muito
10/05/13
Ser em estado puro
09/05/13
E vou escrevendo.
Na penumbra dos meus pensamentos
Não por vergonha ou medo
Mas por crer que a minha forma de pensar
Reflecte tantas vezes o meu tormento
Em noites de lua cintilante
Rendo-me à contemplação de cada instante
Sofrimento, vício?
A lua somente revela o meu lado mais brilhante
Poderia descrever essas noites com mil e uma palavras
Porem a principal luta da minha existência
Pende-se entre deixar tudo na minha mente
Ou gravá-lo na posteridade do papel
São noites, dias, alguns minutos, tantas horas
Onde a fusão do raciocínio desabrocha numa folha
Instantes onde a transformação de passa interiormente
E vou escrevendo.
E vou escrevendo…
09/04/13
Cidade em Movimento
Que me guia e não confunde
Concede-me o aval de criador,
e a vontade que a tantos ilude.
Sonhos seriam a perspectiva de muitos,
Contudo é a nua realidade que me constrói
Serás a criação de uma ilusão,
Ou dura sentença que te destruiu.
Procuro a luz onde estariam as sombras,
O silêncio numa cidade em movimento
Serás tu que me crias?
Serás algo que me perturbe?
22/03/13
Atelier de escrita, 22\03\2013, Université Paris-Sorbonne.
Muito obrigada meninos, por me ajudarem a quebrar o gelo da insegurança, e revelar a melhor parte de mim. LLCE Portugais toujours!
21/03/13
12/03/13
One year later...
05/03/13
Eu nasci Portugal.
13/02/13
Um alguém em conflito
A geração espontânea de um sofrimento
Cresço a cada dia, e vou morrendo lentamente
Rendida a esta dor que me consome
O tempo gira em torno de um relógio frenético
Cronómetro desta sociedade despedaçada
Pela dormência vã e inócua
De essências sobrepostas por vulgares aparências
Mas no fim de contas quem eu sou?
Este ser que deambula no crepúsculo da existência,
Serei mais uma adepta desta melancolia arbitrária
Que ao negro cingiu o meu caminho?