01/01/11

Livro em Branco

A minha vida poderia ser um livro em branco
Daqueles em que ninguém tem coragem de escrever
Seria se um não vivesse em constante pranto
Por ter tanta dor a querer fazer-me desaparecer


Se alguém nesse livro pegasse
E tentasse redigir o que sinto
Saberia que por mais que tentasse
Veria que com o sentimento não lhe minto


O livro que carrego em mim
Há muito que deixou de ser puro
Porque aquela inocência que perdi
Me levou a um local estranhamente escuro


Carreguei-o dos mais negros sentimentos
E das tristezas duma existência sem sentido
Em que a alegria surge em esporádicos momentos
Que tentam apagar as memórias do que foi vivido


Preferia um livro em branco do que o meu livro negro
Ao menos saberia por onde começar
Aquela mudança de que se foge com tanto medo
Por não saber prever a sua maneira de terminar

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