03/08/13

O meu Portugal.

Que este momento dure para sempre, que as lágrimas que derramo a cada adeus sejam fruto do meu sucesso, e não do meu regresso sem partida. Que este meu eldorado permaneça intocável, onde mesmo sendo vista como estrangeira, saberei que aqui estou realmente em casa, aqui está a parte mais bonita da minha existência, ao mesmo tempo a dor colossal e mais verdadeira. Emigrantes seremos muitos, mas digam-me quantos realmente aprenderam a amar um país, uma cultura, uma língua tão resplandecente como a nossa? Digam-me quantos escolheram a nossa língua como meio de especialização, tornando-se num quimérico embaixador de um idioma. Não me julguem como sendo vítima de um egocentrismo nacionalista assaz exacerbado, mas como uma mera defensora daquilo que lhe pertence, nunca por obrigação, mas por um concreto direito obviamente irrefutável. Nasci pequena, com uma pronúncia característica da região que me fez gente, com o dialecto da vila que me fez mulher. Sinto falta daquele cantinho ermo onde a mesquinhez era constante, mas sei que aquele território sempre será meu, e lá sim é o meu Portugal.

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