29/05/13

Resisti a muito

Esta nuvem de fumo que me contorna
Abrindo os horizontes do passado
Resisti a muito,
Permanecendo a navegar peço tempo de agora

Ao meu lado está algo frio
Inerte como a sombra que me perseguia
Resisti a muito,
Contudo vou seguindo nos passos do amanhã

O tempo vai caminhando a meu lado
Inundando-me com tudo o que passou
Resisti,
E sei que nada do que fiz foi errado

Limitei-me a perseguir a realidade
Expoente máximo do que quer que seja
Resisto à ignóbil sombra que me invade

 Porque não chamar a tudo isto felicidade?

10/05/13

Ser em estado puro

Nas noites cintilantes cujo céu violeta deste lugar me envolve, vou crescendo. Vou aprendendo a cada olhar a admirar este céu inigualável, diferente de todos aqueles que alguma vez tive hipótese de ver. Este tom confere-lhe uma mística incomparável, que poucos apreciam, vantagens de que o meu ócio beneficia. Será este o céu dos sonhos que nunca me consumiam, que pela sua imponência o intelecto não deixou apagar? Será talvez a distância a dizimar-me aos poucos, ou a habituação a tornar-se num vício embutido na pele. Creio que seja tudo isso e muito mais, possivelmente tratar-se-ão dos tons da descoberta, do renascimento para uma realidade até então escondida por detrás da máscara fixa ao meu rosto. Quem sabe se agora não esteja a ser em estado puro, a criar realidades improváveis, a existir na sua plenitude. Estarei diferente, mesmo não o aparentando, pois as revoluções sempre se iniciam mentalmente, e eu mudei. Mas o meu coração não deixou de ser o mesmo.

09/05/13

E vou escrevendo.

Escrevo em noites sem luar
Na penumbra dos meus pensamentos
Não por vergonha ou medo
Mas por crer que a minha forma de pensar
Reflecte tantas vezes o meu tormento

Em noites de lua cintilante
Rendo-me à contemplação de cada instante
Sofrimento, vício?
A lua somente revela o meu lado mais brilhante

Poderia descrever essas noites com mil e uma palavras
Porem a principal luta da minha existência
Pende-se entre deixar tudo na minha mente
Ou gravá-lo na posteridade do papel

São noites, dias, alguns minutos, tantas horas
Onde a fusão do raciocínio desabrocha numa folha
Instantes onde a transformação de passa interiormente
E vou escrevendo.

E vou escrevendo…