05/03/13

Eu nasci Portugal.

Julgo fazer parte desta geração que se crê sem nação. Onde abandonar a pátria-mãe em busca de uma nova oportunidade de vida está ao alcance de todos, contudo a vontade de partir ficou para alguns. Chamo-lhes bravos. Abandonei o meu país de sol e mar, com o desejo de um dia voltar e tentar saudar a dívida com a minha terra, a dívida de me criar, a dívida de me instruir, a dívida de me ter tornado “orgulhosamente lusa”. Gostaria somente de ter a chance de voltar ao local onde um dia nasci e ficar, não no fim do percurso dos anos que nos destruíram o corpo, mas enquanto tiver força de viver, sonhos a inundarem o meu espírito, conhecimento a rodear-me o intelecto. Nasci na pátria destinada a poucos e condenada por muitos, jamais me arrependerei de fazer parte daquela sociedade, mesmo que pequena, generosa demais e tão subserviente, nasci portuguesa, e deste país saí em busca de um novo mundo, no entanto espero um dia regressar e ver aquele meu cantinho quente e salgado marcar-me de novo a carne com os traços do seu fado, com o orgulho da nação da saudade. Fazes-me falta meu país, fazes-me falta Portugal.

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