13/11/12

Numa Qualquer Rua

Passeava numa qualquer rua
Quando te ouvi chamar por mim
Com gritos de dor e de pranto
Pois sabias que estaria ali

Tive receio em procurar-te,
O teu nome ainda o pronuncio
Mas já não fazes parte de mim,
Já não és como esta chuva de Outono que me anima.

Tornaste-te o inferno dos meus dias
O Verão escaldante que não tolero
Contudo ainda estás aqui.

Permaneces na sombra dos meus passos,
Sendo aquele negro que me tolda o olhar
Porque a página do passado não se virou

Regressa dor, ao esquecimento provocado
Ao lugar neutro onde permanecias
Deixa-me libertar destes fantasmas do passado,
Alcançar a estabilidade pretendida,
Ser o feliz idiota que gostaria.

Serás tu?

Não encontro a mentira nesses olhos
Transparentes como esta chuva que cai,
Negros como esta chuva que me ilumina

Encontrarei a luz numa alma difusa,
Uma razão invariavelmente transformada
Talvez me dês um pouco mais que nada

Serás tu a felicidade estanque?
A força dos passos de um novo dia,
Colírio destes olhos destruídos?
Quiçá sejas somente o meu novo paraíso.