24/06/11

Aqui jaz

Um dia
A quando da minha morte
Escreverão esta melodia
Para o vento que vem do norte

Aqui jaz quem se perdeu
Que não viveu como devia
Alguém que sempre sofreu
E que quase ninguém conhecia

Aqui jaz quem viveu por acaso
Quem não sentiu a doçura da vida
Mas por outro lado
Ninguém via a dor como ela via

Aqui jaz, fria e serena
Uma pessoa que desejava a morte
Que se julgava pequena
Mas que não viveu marcada pela sorte

Aqui jaz, ainda
Quem fez da escrita um refúgio
Da sua amarga e dura crueldade

Viveu com medo
Emoções, raivas e paixões
Como se a vida a tratasse com desprezo

Aqui jaz
Jaz, e por fim já não regressa
Deixou a sua dor para trás
E partiu feliz pois cumpriu a sua promessa

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