24/06/11

O dia em que um pulso fez toda a diferença

Dia 3 de Junho de 2011, aula de Educação Física, estava com um par de patins nos pés, algo invulgar, mas que não me motiva. Aula de avaliação daquela modalidade, avaliação oficial feita, mas as notas não me agradaram, logo resolvi treinar e querer fazer melhoria. Estava a treinar, um movimento simples, mas que se tornou demasiado complicado para este ser com sérios problemas de equilibrio, uma rotação, para andar de costas, nada difícil. Mas, na última tentativa de treino, pois só restava uma pessoa para a minha vez, inexplicávelmente caio redonda no chão, em slow-motion como são todas as minhas quedas. Cai,e numa tentativa de evitar bater com a cabeça no chão coloco as mãos para amparar a queda, resultado, 47 quilos em bruto sobre o meu pulso esquerdo. Estendida no chão, começo a rir-me enquanto percebia que cair de frente me faz sentir extremamente mal, agarrei-me ao pulso, que já inchava, e levantei-me. Miraculosamente, só duas pessoas perceberam que me tinha estatelado no chão. Fui em direcção ao professor, e disse, que cai e que me doia o pulso, tive de por gelo. Mas julgava que não era nada de especial e não me preocupei apesar de ter o pulso extremamente inchado, e me doer, fui à aula seguinte. Inglês. Por sorte iamos ver um filme. Sentei-me, e duas alminhas caridosas, decidiram enfernizar-me a cabeça para que fosse ao hospital, coisa que me recusava a fazer. Mas fui. Saí da sala. Papéis tratados com a escola, vou em direcção ao Centro de Saúde desta vilazinha. Ao contrário do que era previsível, foram bastante rápidos a atender-me. Carta de emergência para a minha cidade berço, Caldas. E aquele pulso inchado a doer. Chegamos a Caldas, e 3 horas depois, fiz o raio-x que aquela carta de emergência solicitava. Mais duas horas para saber os resultados. Tinha uma contusão, o que é isso? Não faço ideia. O médico mete-me um bocado de gesso no braço. E tive de fazer aquela figura durante uma semana. E por este pulso, por aquela queda, a minha nota não foi outra, não tive maneira de fazer melhor figura. Aquele dia fez a diferença, mudou a minha maneira de ver o meu pulso, e a minha aparente falta de equilibrio para as quedas frontais.

Ode aos Falsos

A todos aqueles que acreditem
Que a vida não tem sentido
Que quando algo lhes dói mentem
Para vocês o meu respeito não será conseguido

Aos que pensam que respirar é um dilema
Que julgam que a falsidade é um recurso
Pois as falhas são o seu maior problema
E dão ao seu cinismo o pior uso

As vossas lágrimas não significam nada
São pura infantilidade
Daquela máscara que vos está pregada
A máscara da cruel e vil falsidade

Para vós nem o ódio é suficiente
É um sentimento que vos dá orgulho
Pois é sinal que não nos passam indiferentes
Mas ter-vos conhecido é algo de que não me orgulho

Obrigado por serem como são
A prova viva que as máscaras não caem em vão
Àquela que mais me ensina a dizer não
A esta falsidade que tanto nos maltrata o coração.

Aqui jaz

Um dia
A quando da minha morte
Escreverão esta melodia
Para o vento que vem do norte

Aqui jaz quem se perdeu
Que não viveu como devia
Alguém que sempre sofreu
E que quase ninguém conhecia

Aqui jaz quem viveu por acaso
Quem não sentiu a doçura da vida
Mas por outro lado
Ninguém via a dor como ela via

Aqui jaz, fria e serena
Uma pessoa que desejava a morte
Que se julgava pequena
Mas que não viveu marcada pela sorte

Aqui jaz, ainda
Quem fez da escrita um refúgio
Da sua amarga e dura crueldade

Viveu com medo
Emoções, raivas e paixões
Como se a vida a tratasse com desprezo

Aqui jaz
Jaz, e por fim já não regressa
Deixou a sua dor para trás
E partiu feliz pois cumpriu a sua promessa