01/05/11

Mãe

Gostava de venerar-te, de encher o peito e dizer com orgulho: “Esta é a minha mãe”, mas não consigo, as tuas acções impedem-me de o conseguir fazer. Não te odeio, obviamente que não mas simplesmente não te venero como uma filha normalmente venera a sua mãe. Admiro-te sim, por me teres deixado nascer, mesmo quando te diziam para não me teres e que não queriam a minha presença, mas foste mais teimosa e cá estou eu, 17 anos passados a escrever-te estas palavras a que não darás a mais pequena importância, porque a pouca coisa do que eu faço dás importância, mesmo que seja uma boa nota na escola. Não te consigo falar docemente se as tuas palavras são mais amargas que fel, mas a culpa é sempre minha, eu é que falho, eu é que estou errada. Não consigo tolerar a tua agressividade, fica cá dentro e vai acumulando até que fatalmente explode, caindo os destroços sempre em cima de alguém que não merece, que não tem culpa de seres assim, de gritares por tudo e por nada, de seres uma autêntica besta porque não fazem o que queres. Hoje é o teu dia, não te dei um beijo, não te abracei como normalmente fazia, porque não aguento mais, não te aguento mais. Mas apesar de tudo, foste tu que me deste vida, e apesar de todas as lágrimas que me faças chorar, eu admiro-te e muito.

Sem comentários: