27/02/11

Aquela passadeira ainda me assusta, ainda passo por ela com o peito carregado de dor e a face repleta de tristeza. Ainda saltitas triunfante por entre as minhas memórias, lembro-me como se fosse hoje de quando brincávamos no café da tua tia e de como eras bonita, aliás eras linda, eras, és e serás sempre. Lembro-me da angústia que senti quando soube o que te aconteceu, quando por um acaso desta amarga vida foste abalroada por um carro que te tirou a vida para desespero daqueles que sempre te amarão. Lembro-me, como se fosse hoje, como se estivesse tudo a acontecer de novo, de quando no teu funeral, a tua mãe, a enorme Jane me abraçou, foi o abraço mais sofrido que alguma vez recebi e dei e por culpa da minha imaturidade dos meus sofridos 14 anos de idade, na altura, não soube responder da maneira mais adequada, só com lágrimas e com a rosa que repleta de lágrimas deixei ao teu lado, quando pela ultima vez te vi antes de desceres á terra enquanto eu chorava amargamente. Hoje ao passar naquela passadeira, lembrei-me de ti, lembrei-me daquele medo que durante cerca de um ano me impediu de atravessar aquela passadeira, onde fatalmente foste apanhada pela amargura da vida, e da angústia que sempre que atravessar aquela passadeira vou sentir. Faz daqui a uns dias, 3 anos, naquele que vou para sempre considerar o pior ano da minha existência, naqueles meses que para mim serão os piores de sempre, onde tudo o que não queria que acontecesse, aconteceu, onde a depressão surgiu, onde a inocência se perdeu. Vou lembrar-te sempre, vais sempre passear alegremente nas minhas memórias. Até daqui a nada, encontramo-nos no paraíso.

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