01/01/11

Fingimento nato

Um poeta não é mais do que um fingidor nato
Porque a dor que sentia deixou de lhe pertencer
Passa a ser do pedaço de papel onde está escrito
E em si começa lentamente a desaparecer
No papel ganha a força de um duro momento
Aquele que eu queria tanto esquecer


Para seres grande tens de aprender a fingir
Aquilo que tanto te tinha feito chorar
Essa dor que queres deixar de sentir
Que nem te ensina como a acalmar
Porque quando sentes o teu mundo a ruir
Nem sabes a maneira correcta de pensar


Por isso passas a tua dor para o papel
Na esperança de aliviar a tua alma
Descreves o quanto essa dor é de fel
Com o intuito de sentires calma
E que essa dor de fel se torne em mel
Para sentires a calda dessa alma que se acalma


Com a escrita tentas encontrar a tua paz
Buscando a maneira mais correcta de fingir
A que atirará o teu passado lá para trás
Finges como sentir e até como agir
Simplesmente para te sentires capaz
De a semelhante dor reagir

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