31/12/10

Fala-me de amor

Amor, palavra pequena
De colossal complexidade
A que a todos impregna
A horrível simplicidade


O amor hoje é tema de conversa
Da dor que a tantos causa
Mas o que verdadeiramente interessa
É a marca que deixa por onde passa


Querem que falem bem do amor?
Não consigo.
Porque falar de tremenda dor
Faz-me sentir em tamanho perigo


Sentimento traiçoeiro
Este que a todos atormenta
Gostava que não fosse tão verdadeiro
Pela enorme dor que aparenta


Traz tantos sentimentos interligados
Aquilo que tão poucos dão valor
Porque aqueles que vivem apagados
Nunca saberão o que é o amor.

O sentimento morreu

A bondade que existia desapareceu
No ser humano só resta maldade
Nem a simplicidade morreu
A esta impetuosa monstruosidade


Aquela que em mim resta
E que tanto me custa preservar
Já nem sei se semelhante sentimento presta
E se vale a pena faze-lo prosperar


Em nada se vê a pura igualdade
Só uma enorme ganância e muito egoísmo
Já nem falo da liberdade
Queria simplesmente um pouco mais de altruísmo


Peço que chegue a mudança
A que em nenhuma altura foi tão pedida
Aquela que restaurará a confiança
A que eu á muito sinto perdida


Resta-me apenas a amizade
Um dos poucos bons sentimentos que sobra
Mas até já essa é atingida pela falsidade
E pela execrável mentira a toda a hora


Vou continuar a preservar
Os bons sentimentos que me sobram
Vou manter o medo de os demonstrar
Mas nunca vou esquecer que em mim moram
Peguem nas mais majestosas guitarras
Libertem o seu exuberante poder
Hoje tu vais soltar as amarras
Vais aprender a deixar de sofrer


O fado é a ilusão do teu destino
Aquele que há muito deixei de ver
Deixa de pensar pequenino
Pensa que nunca terás nada a perder


Porque hoje o poder é teu
Chegou a tua hora de sonhar
Vais sentir que a tua dor morreu
E ao ponto mais alto vais chegar


Sentirás o mais puro sentimento
Aquele que jamais pensaste sentir
A vida deixará de ser um tormento
E eu sei que não me vais desiludir


Porque agora percebes esta canção
Não vem por mero acaso
Agora que conheci esta fantástica sensação
Vou arriscar-me a dar o próximo passo

Página rasgada

Hoje rasguei a página que a dor escreveu
E eu tanto ajudei a elaborar
A dor que cá vivia enfraqueceu
Já sinto a mudança no ar


Os sentimentos mais tristes
De tantos maus momentos
Não são mais a memória em que viste
Nem será mais um dos meus tormentos


Hoje a página da dor foi rasgada
Foi suprimida pela passividade
Aprendi a ser menos magoada
Mas a isto não lhe chamo felicidade


Quem escreve a partir de hoje sou eu
Um mais equilibrado e racional
O que escreverá a página de cada dia que é meu
E peço desculpa, por deixar de ser tão cordial


Vou mostrar o que falta mostrar
Reagir aos actos mais duros
A coragem nunca irá falta
Mesmo que me atinjam os sentimentos mais impuros


Porque quem rasgou a página fui eu
Aquela que se fartou de ter medo e sofrer
Ninguém sabe o que a dor comigo aprendeu
Mas a partir daqui a dor vai ficar a perder.

12/12/10

Hoje não é um dia como os outros…

Dia 12 de Dezembro do ano de 2010, faz hoje 17 anos que este estranho ser respirou pela primeira vez ao sair de dentro da sua progenitora. Não quero que isto faça parecer que gosto do meu dia de aniversário, mas este dia é especial ou melhor celebro uma idade especial. Muita gente dirá “como estás crescida, estás quase uma mulher…” e isso é que torna esta idade que comemoro hoje tão especial. A miúda com pouco mais de 1,60 e com um péssimo feitio está a um ano de se tornar uma mulher, pelo menos em termos numéricos. Por isso, decidi tomar uma decisão, uma das mais fáceis da minha vida. Decido, a partir de hoje, afastar a teia de medos e falta de confiança onde estou envolvida e dar lugar a uma pessoa nova, a uma Diana nova, onde darei tudo de mim sem medo do que aconteça no dia seguinte não implica que deixe de ter as minhas crises existenciais e os meus ataques de parvoíce, simplesmente vou deixar de lado o medo e dar muito mais de mim. A idade já me mudou e o amanhã não será mais um medo será a minha vitória.

05/12/10

Um dia será assim

Um dia não terei medo do amanhã
Sentirei o sangue que ferve nas minhas veias
A renascer dentro desta mente vã
E a mostrar que o que virá já não anseias


Não chorarei o passado
Sorrirei a cada novo dia
E por muito que me tenha magoado
Nada mudará esta filosofia


Um dia a alegria fará parte da minha vida
Ultrapassando toda a tristeza que vive em mim
E assim será até á hora da partida
Onde a alegria reinará até ao fim


Um dia não terei mais nada do que felicidade
No seu verdadeiro estado puro
Garanto-te que nunca sentirei saudade
Deste ser negro e duro

04/12/10

Estranho Desespero

Desesperar ao contrário do que se pensa
Não é mais do que um reflexo de sentimento
Que com o evoluir desta vida que passa
Não passa dum explosivo sentimento


Momento em perdes a noção de como agir
Que não sabes a maneira mais correcta de pensar
E ai pensas que não vale a pena existir
Nem sabes em que medida o teu mundo está a desabar


Sentes que nada em ti faz sentido
Nada do que faças parece ajudar
E todo o bem que já tenhas feito fica esquecido
Porque só desejas que a dor comece a acalmar


E este estranho sentimento leva à revolta
Aquela que mudará a tua vida
Sabes onde levará esse sentimento que te transporta?
Leva-te ao mais negro beco sem saída.

01/12/10

Faz-me chorar…

Sinto falta das palavras que me faziam chorar
E dos sonhos que traziam impregnadas
Aquelas que tantas vezes me fizeram pensar
E me deixaram as faces rosadas

Sinto falta das lágrimas a rolarem-me pela face
Faz-me falta a magia que carregavam
Falta-me a magia que lhes pertence
E do sentimento com que me magoavam

Não sinto falta da dor
Sinto falta das lágrimas que me caiam
Queria sentir-lhes novamente o sabor
De quando elas, puramente escorriam

Faz-me chorar
Chorar a rir, não chorar por sofrer
Faz tudo para me alegrar
E fazer os maus sentimentos desaparecer

Faz-me chorar com a tua sinceridade
Aquela que realmente gosto
Usa as tuas palavras de maior verdade
E verás como choro, aposto.

Quero chorar com a magia
A magia que este cruel mundo me escondeu
E não digas que a sente a cada dia
Que ela para mim há muito se perdeu

Faz-me chorar
Chorar com as tuas palavras
Apetece-me fazê-las deslizar
E provar-te como carrego tantas mágoas.

Ensina-me

Ensina-me a viver,
Faz-me aprender a crescer
Não me retires a dor de sofrer
Mas fica comigo até ao amanhecer


Não me enchas de teorias
Porque a teoria já a conheço
Usa cada vez menos essa filosofia
Porque sabes que rapidamente a esqueço


Ensinas-me como se faz?
Como se chora sem sorrir
Porque sorrir para não chorar
É algo que eu sempre fiz


Quero sorrir para a vida
Mas nunca soube como o fazer
E sinto-me tão perdida
E com uma tão grande necessidade de aprender


Sonho tanto em ser feliz
E atingir todas as minhas ambições
Mas agir é tão difícil quanto se diz
E ser feliz trás tantas ilusões


Ensina-me a ser grande
A não ter medo do amanhã
Ao teu lado sinto-me gigante
E não tenho medo de sonhar pela manhã




Para a enorme Filipa Duarte.