06/11/10

Nunca me senti assim

Nunca tive tão pouca vontade de ser eu. Nunca tive tanto medo de falhar e perceber que o tempo que perdi a mudar não valeu de nada. Percebi que um estalo na cara é a solução, porque nunca me senti assim. Sinto-me mais frágil do que uma flor que ainda está a desabrochar. Nunca tive tanta vontade de não ser eu. Nunca quis não ser rude, nunca quis não me vingar e demonstrar a minha frieza de espírito. Tenho algo dentro de mim que grita a plenos pulmões “sê tu própria, sem medo do amanhã”. Tenho medo do amanhã, tenho medo de chorar, tenho medo de sorrir, tenho principalmente medo de falhar. Tenho medo ponto. Nunca me senti assim, o odeio sentir-me assim. Anseio pela minha segurança e estupidez anterior, porque ela se desvanece ao ser suprimida por tamanho medo. Isto há-de passar, hei-de voltar ao meu eu impetuoso e arrogante, que jogava ao ataque para fugir á defesa. Não gosto da palavra nunca e aqui já a pronunciei demais porque a favor da minha vontade, nunca quis estar assim.

2 comentários:

Anónimo disse...

identifico me...por vezes parecemos meros recipientes de uma alma perdida.. que procurar o seu auje, uma procura incansavel de nos mesmos.. encontrar mo nos no mundo e dar mos significado a essa mesma existencia..

Pensador :) disse...

Crises existenciais
Dúvidas do que somos
Temos-as por demais
Mas pensemos no que fomos.

Quer seja bom ou mau
Em nós está o passado
A mudança sem igual
É algo nunca alcançado.

A verdade é que me identifico com o teu texto, crises existenciais? Tenho aos montes. Dúvidas? São tudo na minha vida, aliás, a minha vida é uma dúvida constante.

Quando me dizem que somos o que queremos já não acredito, queria ser tudo o que não sou, e não consigo...