02/11/10

Hoje parei para olhar para uma menina. Era em tudo igual a mim. Caminhava errante num dos lados da rua, não interessa qual, de cara caída e olhar apagado. Os olhares causavam-lhe medo, as palavras apesar de as adorar, faziam-na entrar em pânico. Agarrava-se às mais pequenas coisas, para dar algum sentido á sua existência. Ia abaixo com frequência, a cara fechada e triste era a sua imagem de marca assim como a arrogância que não era mais do que a sua arma de defesa das pessoas. Ignorava as pessoas quando estas a desiludiam, chama-lhe ironicamente do seu pequeno “mau-feitio”, preferia esperar por um pedido de desculpas ou que dolorosamente a ferida sarasse. Ela é assim, diferente dos comuns mortais, superior ou inferior, não importa. Era assim que se tinha criado. Olhei para ela e comparei-me com ela. Seria eu aquela menina que caminhava errante e triste pela rua? Acredito que sim…

1 comentário:

Pensador :) disse...

Adorei o texto, não vou mentir, adorei a forma como te expressaste nele mas aí está o mal, expressaste-te nele, expressaste-te como alguém que não és, como alguém que não conheço em ti.

Devias ter olhado para o outro lado da rua, ver a outra menina, a menina que simpática tinha sempre uma palavra a dizer, a menina que tinha um dom, a menina que usava as armas que podia para esconder a pessoa especial que é, a menina que vive sem auto-confiança mas que, se a tivesse, caminharia segura de si, com um sorriso contagiante e gritaria com verdadeiro orgulho - "ESTA SOU EU"...