28/11/10

"I don't know what tomorrow will bring"

Não sei o que o meu amanhã trará
Sinceramente ainda bem que não o sei
Não fico triste pela dor que virá
E assim sei que amanhã mudarei


As tristezas que a vida nos traz
Não as deveríamos conhecer
Porque assim a vida seguiria voraz
E eu não tinha tanto medo de a viver


As lágrimas que me rolam pela face
E que o meu sorriso por vezes esconde
São as marcas desta estranha fase
E dos sentimentos que em mim se perde


Às vezes o desejo de fugir é grande
Tal como a vontade de desaparecer
Mas a força que trago em mim faz-me gigante
E infelizmente não me ensina a deixar de sofrer


Vou olhar o amanhã com um sorriso
E se a lágrima vier, deixá-la-ei cair
Não farei do sofrimento um mero submisso
Nem impedir a minha face de sorrir


Não deixarei que me magoem
Vou ser ainda mais tolerante
E os que mesmo assim me atraiçoem
A minha revolta sentirão a todo o instante


Porque não sei o que o meu amanhã trará
Agradeço imenso por não o saber
Espero pelo sol que amanhã nascerá
E me fará continuar a viver.

18/11/10

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus."



Alberto Caeiro - Fernando Pessoa

07/11/10

Isto sou eu.

Este é o meu mundo
Onde me sinto perfeita
Revela o meu ser mais profundo
E onde a minha alma se respeita


Só sou eu quando consigo escrever
E conjugar as mais belas palavras
Mesmo que elas me façam crer
Que nem por elas me alterava


A escrita faz parte de mim
Ensinou-me a crescer
Talvez um dia chegará ao fim
Mas cá estarei para a reaprender


Sinto as palavras de modo especial
Que como eu poucos sentem
Elas fazem-me ser um completo animal
Mas sabem que só assim me compreendem


Isto não se chama talento
Chama-se se paixão
Porque o caminho leva-me ao desalento
Mas leva-me a escrever com o coração


Só sou eu quando escrevo
E espero nunca mudar
É na escrita que me revejo
E espero nunca conseguir parar.

06/11/10

Nunca me senti assim

Nunca tive tão pouca vontade de ser eu. Nunca tive tanto medo de falhar e perceber que o tempo que perdi a mudar não valeu de nada. Percebi que um estalo na cara é a solução, porque nunca me senti assim. Sinto-me mais frágil do que uma flor que ainda está a desabrochar. Nunca tive tanta vontade de não ser eu. Nunca quis não ser rude, nunca quis não me vingar e demonstrar a minha frieza de espírito. Tenho algo dentro de mim que grita a plenos pulmões “sê tu própria, sem medo do amanhã”. Tenho medo do amanhã, tenho medo de chorar, tenho medo de sorrir, tenho principalmente medo de falhar. Tenho medo ponto. Nunca me senti assim, o odeio sentir-me assim. Anseio pela minha segurança e estupidez anterior, porque ela se desvanece ao ser suprimida por tamanho medo. Isto há-de passar, hei-de voltar ao meu eu impetuoso e arrogante, que jogava ao ataque para fugir á defesa. Não gosto da palavra nunca e aqui já a pronunciei demais porque a favor da minha vontade, nunca quis estar assim.

02/11/10

Ao Luar

Ao luar aprendi
Como o negro tem tanta cor
Foi ai que cresci
Ao suprimir esta dor


A lua é bela
E difícil de compreender
Tem um tom suave de aguarela
Que tanto me faz aprender


O luar é perfeito
Cria-me tantas ilusões
Que o seu grande defeito
É fazer-me esperar pelas suas aparições


Traz-me aquele medo
Que me faz resistir
Mas esse nosso pequeno segredo
Eu não posso deixar fugir


Ao luar sinto-me inteira
Como em outra altura não me sinto
A Lua é a minha companheira
E sabe que nunca lhe minto


Sabe tanto de mim
Como ninguém imagina
Sabe como consigo ser ruim
E como ela tanto me fascina.
Hoje parei para olhar para uma menina. Era em tudo igual a mim. Caminhava errante num dos lados da rua, não interessa qual, de cara caída e olhar apagado. Os olhares causavam-lhe medo, as palavras apesar de as adorar, faziam-na entrar em pânico. Agarrava-se às mais pequenas coisas, para dar algum sentido á sua existência. Ia abaixo com frequência, a cara fechada e triste era a sua imagem de marca assim como a arrogância que não era mais do que a sua arma de defesa das pessoas. Ignorava as pessoas quando estas a desiludiam, chama-lhe ironicamente do seu pequeno “mau-feitio”, preferia esperar por um pedido de desculpas ou que dolorosamente a ferida sarasse. Ela é assim, diferente dos comuns mortais, superior ou inferior, não importa. Era assim que se tinha criado. Olhei para ela e comparei-me com ela. Seria eu aquela menina que caminhava errante e triste pela rua? Acredito que sim…

Amor

É uma palavra de enorme complexidade
Com um enorme sentimento
Que nos demonstra a sua colossal simplicidade
Até no mais pequeno momento


Aprendi a evita-lo
Como forma de protecção
Recusava-me a demonstra-lo
Para não ferir o coração


Não embargo em ilusões
Por um mero sentimento
Prefiro fugir das desilusões
E de todo o sofrimento


Talvez um dia a armadura caia
E liberte este coração,
Faça com que o sentimento saia
E viva a mais bela emoção

Sonhar

Sonhar não custa
Basta acreditar
Que tudo o que te assusta
Conseguirás superar


Quem reconhece que sonha
Nunca tem medo de arriscar
E fará a melhor escolha
Para atingir aquele patamar


Não vires as costas a um sonho
Por mais impossível que seja
Porque sabes que por um sonho
Realizas o que a mente deseja


Nunca desistas de sonhar
Não te esqueças de ti
Gostava de te ver triunfar
E realizar o sonho que vive dentro de ti.